sexta-feira, 1 de abril de 2011

Programação de Exposções Museu Afro Brasil


Caros, como prometido vamos disponibilisar a programação referente ao mês de Abril do Museu Afro Brasil, que conta com diversas exposições, todas, claro, impedíveis. Apreciem.
 
14/04 – Lançamento do Livro “Homens de Ferro – Os ferreiros na África Central no Século XIX”, de Juliana Ribeiro -  Homens de uma categoria especial, os ferreiros africanos no século XIX eram capazes de transformar a natureza e estavam associados às dimensões invisíveis da existência. Eram, portanto, detentores de qualidades especiais e funcionavam também como intermediários culturais, pois se movimentavam constantemente pelos territórios, de alguma forma articulando grupos sociais diversos e propiciando a circulação não só dos valiosos objetos que produziam, mas também de elementos simbólicos. Com o fim do tráfico de escravos, quando os interesses portugueses na região se voltaram para o comércio de cera, borracha e marfim entre outros produtos locais, sendo ao mesmo tempo introduzidas várias mercadorias europeias nos circuitos das trocas, os ferreiros adquiriram um destaque especial, principalmente por serem indispensáveis na manutenção das armas de fogo, cada vez mais necessárias. A autora Juliana Ribeiro, é bacharel em História (USP) e mestre em História Social (USP). Pesquisadora de História da Áfrics e Arte Africana. Membro do The Arts Council of The African Studies Association e assistente de coordenação do Núcleo de Educação do Museu Afro Brasil.


14/04 a 29/05 - Exposição Elos da Lusofonia - apresenta a arte dos países de língua portuguesa a partir da obra de artistas contemporâneos do Brasil, Portugal e Angola e a ligação com a arte ancestral africana, passando pela  tradição dos bijagós, da Guiné-Bissau; dos quiocos de Angola; e dos macondes de Moçambique. Todos os países de língua portuguesa estão representados nesta mostra que apresenta cerca de 200 obras, entre  fotografias, pinturas, esculturas e gravuras de artistas que compõe a Arte Tradicional dos países de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.  A Arte Contemporânea apresenta o trabalho de Agnaldo M. dos Santos (Brasil), António Olé (Angola), Fernando Lemos (Portugal/Brasil), Francisco Brennand (Brasil), José Tarcísio (Brasil), José de Guimarães (Portugal), Matias Ntundu (Moçambique), Maurino Araujo (Brasil), Mestre Didi (Brasil), Renato Spindel (Brasil) e Rubem Valentim (Brasil). 

  14/04 a 29/05 – Exposição Lutadores do Mundo -  de Cesare Pergola -  São 30 pinturas em óleo sobre tela retratando lutadores posicionados para ação, de diversas localidades e modalidades, onde o artista faz uma analogia ao esforço pela sobrevivência, tão semelhante nos cinco continentes.  Entre os movimentos retratados estão a luta indígena Huka-Huka, Capoeira e Lutadores de Angola. O pintor e artista-visual italiano faz uma metáfora às lutas da humanidade, tanto antiga como contemporânea. Durante o período da mostra serão exibidos dois vídeos de autoria do artista sobre Sumô e  Muay-Thai, bem como um objeto luminoso. 
 
14/04 a 29/05 - Exposição Tecidos e Adornos – Revela a importância dos tecidos em muitas culturas do continente africano, destacando a produção têxtil de dois importantes povos da África Central: os kuba e os imbuti, mais conhecidos como Pigmeus. O povo kuba (República Democrática do Congo), é famoso por sua produção de tecidos de ráfia, predominantemente feito por homens, enquanto as mulheres se ocupam dos bordados e apliques. Os painéis de ráfia são unidos para formar enormes saias, usadas por homens e mulheres. São tecidos conhecidos pela ausência de representação naturalista e marcados pelos sistemas gráficos e combinação de figuras geométricas, muitas vezes emprestados das cestarias, onde os animais tambéms são referências. Já os imbutis (pigmeus) da floresta Ituri do noroeste do Congo fazem tecidos a partir da casca da figueira tropical. são decorados com padrões geométricos ou figurativos, desenhados muitas vezes com uma vareta ou com os dedos. As mulheres preparam os tecidos para os dias de festividades e os padrões podem ser pintados também no corpo.
Os belos tecidos dão extensão ao culto da beleza. Nesta amplitude inserem-se os Adornos, mostrando como a mulher se enfeita, numa extraoridinária necessidade de reinventar sua própria beleza.

  28/04 a 29/05 –  Exposição Deuses d’África. Visualidades Brasileiras – a representação das divindades afro-religiosas cultuadas no Candomblé da Bahia, a partir de uma visão ampla desta representação simbólicas, une a arte de grandes artistas como Carybé, Mario Cravo Junior, Osmundo Teixeira, Zélia Pólvoa, Reginaldo e Hélio Oliveira. Para representar a arte dos terreiros, esculturas, objetos e bonecas sagradas de Detinha de Xangô e Bezita de Oxum, que foram trazidas do interior do centenário  Ilê Opó Afonjá, tombado Patrimônio Histórico,  e o mais antigo terreiro de candomblé que se tem notícia, servindo de modelo para a criação de todos os outros que surgiram a partir de 1910, quando foi fundado por Eugenia Anna dos Santos (13.07.1869 a 03.01.1938), a Mãe Aninha, Obá Biyi.
  28/04 a 29/05 - Exposição As Mulheres Negras da Irmandade da Boa Morte de Cachoeira -  O trabalho dos fotógrafos Adenor Gondim, Pierre Verger e Valter Fraga,  se misturam às suntosas roupas, jóias e a arte sagrada das mulheres da confraria religiosa da Boa Morte para compor esta exposição que tem curadoria do artista plástico, Emanoel Araujo. Imagens, peças e objetos remontam uma história que se confunde com a maciça importação de escravos da costa da África para o Recôncavo canavieiro da Bahia, em particular para a cidade de Cachoeira, a segunda em importância econômica na Capitania da Bahia durante três séculos. O fato de ser constituída apenas por mulheres negras, numa sociedade patriarcal e marcada por forte contraste racial e étnico, emprestou a esta manifestação afro-católica, como querem alguns autores, notável fama, seja pelo que expressa do catolicismo barroco brasileiro, de indeclinável presença processional nas ruas, seja por certa tendência para a incorporação aos festejos propriamente religiosos de rituais profanos pontuados de muito samba e comida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.