Recebemos uma contribuição da contadora de histórias Marili Alexandre, com a história Porque Oxalá usa ekodidé, escrito por Deoscóredes Maximiliano dos Santos – Mestre Didi Axipá –Alapini, chefe do culto dos Egungun ou ancestrais, porta-voz ativo dos valores nagô-ketu e ilustrado por Lênio Braga (Edição Cavaleiro da Lua, Bahia, 1966z).
A
HISTÓRIA DO LIVRO
Em 1966, a UNESCO contrata
Mestre Didi para viajar para a África e depois apresentar em Paris o seu trabalho
e o resultado de suas pesquisas, porém a soma em dinheiro oferecida não era
muita e só seria liberada após a apresentação.
Assim, Didi e Juana, sua
esposa, saíram à caça de trabalho e dinheiro, ele fazendo mais esculturas e
colares, ela trabalhando em dois empregos temporários.
Então, Lênio Braga, ilustrador
que dominava a arte da xilogravura, Juana e Didi resolvem editar um livro,
artesanalmente, que reunisse a sabedoria de um à arte do outro; não um livro
qualquer, uma obra de arte!
Nasce assim, PORQUE OXALÁ USA
EKODIDÉ, um mito ilustrado em 120 exemplares numerados, sendo:
100, numerados de 1 a 100,
confeccionados em papel royalux, com texto e ilustrações em xilogravuras, tendo
como invólucro uma caixa de cedro pirogravada com fecho de búzios e contas, a
serem vendidos para arrecadar fundos para a viagem;
10, de A a J, confeccionados
também em papel royalux , tendo como invólucro caixa de madeira nobre
pirogravada e com fecho de búzios e contas, a serem ofertados aos colaboradores
que contribuíram para a edição ;
10, numerados de I a X, com
texto e ilustrações xilogravados em pele de cabra mais uma ilustração original,
assinada pelo autor e pelo ilustrador, tendo como invólucro uma caixa de
jacarandá da Bahia, pirogravada, com fecho de búzios e contas.
A caligrafia criada
especialmente para a edição e as ilustrações gravadas em chapas de zinco foram
buriladas de modo a não permitir mais cópias dos originais.
A arte levou-os para a África
– Nigéria, onde Mestre Didi ofertou um exemplar da edição em jacarandá, para a
Universidade de Ibadan.
Levou-os também a Paris, onde
outro exemplar da numeração especial foi entregue para a UNESCO.
Assim, a história de Oxalá
reconhecendo e prestando homenagem a Oxum, orixá mater, correu mundo, e sua
edição se esgotou e está em mãos de colecionadores de obras de arte.
Em 1982, a Fundação Cultural
da Bahia realizou uma edição fac-símile com a autorização de Mestre Didi.
Em 1997, ao se comemorar os 80
anos de idade do Mestre Didi, a Editora Pallas lança a 3ª edição, fac-símile
também, com várias reimpressões.
(adaptação
do relato de Juana dos Santos, esposa de Mestre Didi, Apresentação, pág. 9, Por
que Oxalá usa ekodidé, Deoscóredes M. dos Santos, 3ªedição, 1ª reimpressão -
Rio de Janeiro: Pallas, 2004.).
A
HISTÓRIA CONTADA NO LIVRO, acesse:
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