sábado, 24 de maio de 2014

Porque Oxalá usa ekodidé

Olá!

Recebemos uma contribuição da contadora de histórias Marili Alexandre,  com a história Porque Oxalá usa ekodidé, escrito por Deoscóredes Maximiliano dos Santos – Mestre Didi Axipá –Alapini, chefe do culto dos Egungun ou ancestrais, porta-voz ativo dos valores nagô-ketu e ilustrado por Lênio Braga (Edição Cavaleiro da Lua, Bahia, 1966z).


A HISTÓRIA DO LIVRO
Em 1966, a UNESCO contrata Mestre Didi para viajar para a África e depois apresentar em Paris o seu trabalho e o resultado de suas pesquisas, porém a soma em dinheiro oferecida não era muita e só seria liberada após a apresentação.
Assim, Didi e Juana, sua esposa, saíram à caça de trabalho e dinheiro, ele fazendo mais esculturas e colares, ela trabalhando em dois empregos temporários.
Então, Lênio Braga, ilustrador que dominava a arte da xilogravura, Juana e Didi resolvem editar um livro, artesanalmente, que reunisse a sabedoria de um à arte do outro; não um livro qualquer, uma obra de arte!
Nasce assim, PORQUE OXALÁ USA EKODIDÉ, um mito ilustrado em 120 exemplares numerados, sendo:
100, numerados de 1 a 100, confeccionados em papel royalux, com texto e ilustrações em xilogravuras, tendo como invólucro uma caixa de cedro pirogravada com fecho de búzios e contas, a serem vendidos para arrecadar fundos para a viagem;
10, de A a J, confeccionados também em papel royalux , tendo como invólucro caixa de madeira nobre pirogravada e com fecho de búzios e contas, a serem ofertados aos colaboradores que contribuíram para a edição ;
10, numerados de I a X, com texto e ilustrações xilogravados em pele de cabra mais uma ilustração original, assinada pelo autor e pelo ilustrador, tendo como invólucro uma caixa de jacarandá da Bahia, pirogravada, com fecho de búzios e contas.
A caligrafia criada especialmente para a edição e as ilustrações gravadas em chapas de zinco foram buriladas de modo a não permitir mais cópias dos originais.
A arte levou-os para a África – Nigéria, onde Mestre Didi ofertou um exemplar da edição em jacarandá, para a Universidade de Ibadan.
Levou-os também a Paris, onde outro exemplar da numeração especial foi entregue para a UNESCO.
Assim, a história de Oxalá reconhecendo e prestando homenagem a Oxum, orixá mater, correu mundo, e sua edição se esgotou e está em mãos de colecionadores de obras de arte.
Em 1982, a Fundação Cultural da Bahia realizou uma edição fac-símile com a autorização de Mestre Didi.
Em 1997, ao se comemorar os 80 anos de idade do Mestre Didi, a Editora Pallas lança a 3ª edição, fac-símile também, com várias reimpressões.
(adaptação do relato de Juana dos Santos, esposa de Mestre Didi, Apresentação, pág. 9, Por que Oxalá usa ekodidé, Deoscóredes M. dos Santos, 3ªedição, 1ª reimpressão - Rio de Janeiro: Pallas, 2004.).


A HISTÓRIA CONTADA NO LIVRO, acesse: 


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