sexta-feira, 25 de julho de 2014

Candaces IV- Quariterê, resistência e Teresa


Quariterê, resistência e Teresa

O Quilombo de Quariterê, também conhecido como Quilombo do Piolho, surgiu na região do rio Piolho, em um momento de fixação portuguesa no interior do território extrapolando o Tratado de Tordesilhas, através das bandeiras e da mineração. Como marco nesta região, é criada em 1748 a Capitania de Mato Grosso, com sua capital na Vila Bela da Santíssima Trindade.
 Instalando-se próximo a Cuiabá, não muito longe da fronteira com a atual Bolívia, o quilombo recebia negros, indígenas e mestiços fugidos, sobrevivendo até 1770.  Com a resistência dos habitantes do quilombo, liderados por Teresa, despertam a atenção e a preocupação do governo lusitano. Uma incursão sob o comando de Luiz Pinto de Souza Coutinho é organizada através da Câmara Municipal de Vila Bela da Santíssima Trindade com patrocínio de proprietários de escravos. O quilombo é destruído e os escravos capturados, sendo levados para a Vila Bela, onde foram castigados duramente e devolvidos a seus proprietários. O fim de Teresa é controverso, algumas fontes afirmam que ela enlouquece, outras que ela se suicida e outras apontam que ela foi torturada e assassinada.
Segundo Maria De Lourdes Bandeira (apud Machado, M. F. R.)
Na organização política residia a especificidade do quilombo Quariterê, que nisso se distinguia de Palmares e dos quilombos do Ambrósio e de Campo Grande. A forma de governo adotada foi a realeza. Havia rei, mas à época da primeira destruição era governado por uma preta viúva, a Rainha Teresa [de Benguela], assistida por uma espécie de parlamentar, com capitão-mor e conselheiro. A alcunha do conselheiro da rainha, José Piolho, transformou-se em uma das designações do quilombo. Nos quilombos de Alagoas e de Minas Gerais, a chefia era masculina e não assumia o caráter de reinado formal, como no quilombo de Vila Bela.
Após a apreensão dos escravos, funda-se a Aldeia de Carlota, como forma de manter o domínio português na região. Contudo, isto não impediu a fundação de outros quilombos na capitania de Mato Grosso.



Fontes:
Palitot, Aleks. Quilombo do Piolho, resistência afro no vale do Guaporé. Disponível em:  http://www.newsrondonia.com.br/noticias/quilombo+do+piolho+resistencia+afro+no+vale+do+guapore/30486
Alves, João de Medeiros. O Quilombo do Quariterê. Disponível em:  http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=185

 Maria Fátima Roberto Machado. Quilombos, Cabixis e Caburés: índios e negros em Mato Grosso no século XVIII. Disponível em:  

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